sábado, 22 de agosto de 2009

Carlos Drummond De Andrade


"Uma antropóloga não costuma ser notícia social, por maiores que sejam os seus méritos, e Heloísa os tinha em medida alta. Amava mais os índios e seus vasos, urupemas e ritos, do que o fugidio destaque nos salões. Os meios científicos estrangeiros a reverenciavam, enquanto muita gente por aqui veria nela, quando muito, a zelosa diretora do Museu Nacional, tratando de interesses da instituição nos labirintos burocráticos (...). Mas isso foi há muito tempo, tempo de capanemo no MEC. A funcionária aposentou-se e foi viver no seu catinho arborizado de Itaboraí."
Carlos Drummond de Andrade
Jornal do Brasil, 03 de março de 1977